Farmácia em casa: quais remédios são indicados para armazenamento regular?
Manter um kit de medicamentos em casa pode ser útil para lidar com desconfortos cotidianos, como dores leves, febre ou alergias. No entanto, essa prática exige responsabilidade. Especialistas alertam que, mesmo quando se trata de medicamentos isentos de prescrição, a orientação de um profissional da saúde é fundamental — especialmente quando já há uso contínuo de outros fármacos.
Supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos explica que é comum ter alguns medicamentos em casa para situações pontuais. Porém, ele reforça: “A escolha dos itens deve sempre levar em conta a segurança. Mesmo os medicamentos de venda livre podem causar efeitos indesejados ou interagir com outros fármacos. A recomendação profissional — médica ou farmacêutica — é essencial antes de incluí-los na sua ‘farmacinha'”, destaca.
Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios
Analgésicos e antitérmicos, como paracetamol ou dipirona, são frequentemente utilizados para aliviar dores de cabeça, dores musculares e controlar a febre. Esses sintomas são comuns em gripes, resfriados ou após esforço físico, e os medicamentos podem proporcionar alívio temporário até que seja possível procurar atendimento médico.
Anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, também costumam ser utilizados para dores localizadas ou inflamações leves, mas exigem atenção redobrada. “Pacientes com problemas gástricos ou pressão alta devem evitá-los sem recomendação específica, pois esses medicamentos podem agravar quadros existentes”, explica o farmacêutico.
Antialérgicos, antiácidos e pomadas
Medicamentos antialérgicos, como loratadina ou cetirizina, são indicados para sintomas leves como espirros, coceira e irritações na pele. Já antiácidos e digestivos ajudam a aliviar desconfortos após refeições pesadas ou irregulares. Pomadas à base de dexpantenol ou cloreto de benzalcônio, por sua vez, auxiliam na cicatrização de queimaduras leves ou pequenos ferimentos.
Ainda assim, Jhonata alerta que todos esses medicamentos devem ser utilizados com acompanhamento: “Mesmo os produtos mais comuns e aparentemente inofensivos podem causar reações ou interferir no efeito de outros remédios. O farmacêutico é o profissional habilitado para orientar o paciente nesses casos e indicar quando procurar um médico”, reforça.
Outros itens
Para além dos medicamentos, Jhonata Vasconcelos diz que é importante também ter na sua ‘mini-farmácia’ alguns itens que auxiliam no monitoramento da saúde em momentos de imprevisto.
“O ideal é ter curativos que possam ser úteis após algum acidente doméstico leve, como pequenos cortes. Os termômetros também são boas opções para monitorar a saúde durante o tratamento para doenças que causam febre. O monitor de pressão arterial também é item essencial, especialmente para pessoas com idade mais avançada ou com alguma comorbidade associada a problemas de pressão alta, ou baixa”, explica ele.
Cuidado com automedicação
Apesar da praticidade, a automedicação é um hábito perigoso. “Sintomas persistentes, como febre alta por mais de dois dias ou dores intensas, não devem ser tratados apenas com medicamentos caseiros. Isso pode mascarar doenças graves”, alerta o supervisor da rede.
Outro ponto crítico são as interações medicamentosas. Pessoas que utilizam remédios contínuos — como para pressão, diabetes ou problemas cardíacos — devem sempre buscar orientação antes de ingerir qualquer outro fármaco. “Em caso de dúvida, consulte o farmacêutico no momento da compra. Esse profissional pode identificar riscos, orientar sobre o uso correto e encaminhar o paciente ao médico, quando necessário”, finaliza.
Publicar comentário