Chefe do “grupo de extermínio” acompanhava execuções da cadeia por videochamadas
O grupo é suspeito de executar pelo menos 21 pessoas
Brasil – O chefe da milícia considerada como um “grupo de extermínio” pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR) acompanhava os assassinatos por videochamada, de dentro da prisão, segundo a corporação. No intervalo de um ano e oito meses, o grupo é suspeito de executar pelo menos 21 pessoas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
“A milícia era comandada por um indivíduo que já se encontrava preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, de onde emitia as ordens para os assassinatos – chegando a acompanhar em tempo real as execuções, muitas vezes por chamadas de vídeo. Foi identificado que quando não conseguia acompanhar as mortes, o chefe do grupo de extermínio solicitava que vídeos com as execuções fossem registrados e lhe encaminhados na sequência”, explica a corporação.
Segundo a Polícia Civil, pelo menos 28 pessoas estavam envolvidas nos crimes. Os suspeitos foram alvo de uma megaoperação deflagrada na manhã desta quarta-feira (11) em 17 cidades de cinco estados:
Paraná, em Ponta Grossa, Curitiba, Carambeí, Colombo, Imbituva, Ivaí, Piraquara e São José dos Pinhais; Mato Grosso do Sul, em Campo Grande e Cassilândia; Santa Catarina, em Florianópolis, Herval D´Oeste e Palhoça; São Paulo, em Araçatuba, Birigüi e Sud Mennucci; Rondônia, em Parecis.
No total, foram emitidas 250 medidas cautelares, sendo 48 mandados de prisão preventiva, 133 mandados de busca e apreensão e 69 medidas de sequestro de bens e valores e bloqueios de contas bancárias.
Segundo o Ministério Público, também foram obtidas provas de corrupção de um monitor de ressocialização, servidor terceirizado do sistema penitenciário, que receberia propina para conceder benefícios e facilidades aos investigados presos.
“Esse servidor terceirizado teve a sua prisão preventiva decretada nesta fase das investigações e já foi afastado das funções pelo próprio Departamento de Polícia Penal do Estado”, afirma o órgão.
A Justiça também determinou a transferência de um preso para o sistema penitenciário federal, além do imediato isolamento de outros três presos da Casa de Custódia de São José dos Pinhais, que foram identificados como associados do grupo.
A operação foi deflagrada em conjunto pela Polícia Civil de Ponta Grossa, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia Militar (PM-PR), com apoio do canil da Guarda Municipal e da Polícia Penal nas investigações.
Publicar comentário